O porquê da pirâmide

A cobrança social dói, pesa, asfixia. Os ambiciosos – o pequeno e seleto grupo – são as maiores vítimas, tadinhos!, sempre despertando a inveja, o ressentimento e os comentários maldosos dos fracassados e recalcados, logo sendo tachados de “malvados”, “pessoas sem Deus no coração”. O materialismo mundano é publicamente condenado por muitos, mas discretamente desejado por todos. Realidade irônica. A carne é fraca, pecaminosa, inocente talvez. E deliciosa. Puro prazer. Suculento filé mignon.

O mundo parece delimitar com antecedência a nossa área de atuação. Querem nos meter tudo goela abaixo, sem engasgar. Um terreno pequeno, acidentado e mal localizado nos é dado. Escolhem a mediocridade, embrulham num papel qualquer e nos presenteiam. Cavalo de Tróia. Somos facilmente adestrados, iludidos, dominados. Para a saúde geral do sistema, é bom que seja assim. Muitos com pouco; poucos com muito. Muitos sem poder; poderosos sem querer.

No palco da vida, a grande maioria das pessoas recebem e aceitam passivamente o papel de meros figurantes – mudos, apáticos, inexpressivos, desprezíveis. Peão do patrão. Soldados robotizados. Fãs do ícone pop. Seguidores do líder. Fiéis da religião. Defensores da causa. Alienados políticos. Súditos do senhor. Ovelhas do pastor.

Existe o porquê de tudo. Cada um de nós é como se fôssemos peças de um jogo ainda não totalmente entendido. Talvez nunca seja. E é bom que continuemos sem entender. Somos felizes em nossa ignorância, sabe? O Universo é infinito – e continua a se expandir.

O mistério surgiu na Suméria – o início do mundo. Depois, fomos parar no Egito, de onde Cleópatra trouxe a arte da sedução, que aprendeu com a antiga serpente, aquela do Jardim.

Discos voadores, dragões mágicos, anciões paranormais, gnomos, duendes, bruxas, sereias líricas, unicórnios, mamutes, veados, dinossauros, tigres asiáticos, vacas indianas, maconheiros rastafári, lendas, ritos, mitos, conversas para boi dormir, príncipes encantados, fadas madrinhas, ditadores psicopatas, charlatões saltimbancos, esquizofrenia

coletiva, gatinhos fofinhos, armas de destruição em massa, um felizes para sempre. O olho que tudo vê enxerga lá do alto.

Nunca dorme.

Cada tijolo é importante e foi posto estrategicamente durante a construção da pirâmide.


O porquê da pirâmide was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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