O guia prático da prostituição social

Reza a lenda (historiadores safadinhos) que a prostituição é a mais antiga das profissões.

Uma profissão originalmente desempenhada por mulheres, para satisfazer o desejo masculino por sexo. Uma profissão que se mescla numa ritualística para agradar os deuses.

Seria a prostituição uma criação deliberadamente feminina, ou uma imposição de homens opressores?

A sociedade supostamente religiosa mas comprovadamente hipócrita, numa dualidade pecado-transgressão, desde sempre viveu uma relação de amor e ódio com as prostitutas, que tiveram papel fundamental no desenvolvimento histórico das artes da sedução.

Sempre submissas ao capricho de machos dominadores (contexto patriarcal), as mulheres poderiam fazer uso do próprio corpo sexualizado como moeda de troca para obterem vantagens e ascensão econômico-social. E foi o que muitas mulheres fizeram, e continuam a fazer.

Ao longo dos séculos, e em contextos socioculturais diversos, homens também passaram a ofertar seus corpos em troca de poder, e para outros homens.

Atravessando os séculos, a prostituição sexual é hoje inclusiva (todas as cores do arco íris), popular (internet e cultura pop) e lucrativa (aceita pagamento em espécie, cartão de crédito, débito e transferência via Pix).

A prostituição sexual, o tráfico internacional de pessoas e a violação à dignidade da pessoa humana compartilham tristes coisas em comum. A prostituição sexual flerta entre o submundo underground e o mainstream desde o início das civilizações.

Não há nada errado no sexo consensual entre adultos mentalmente conscientes.

O abuso sexual é um erro, que é criminalizado pela força coercitiva (sistema jurídico) da grande maioria dos Estados-nações do mundo.

Até o momento, falamos em prostituição sexual, que é a mais conhecida das prostituições.

Porém, existem variantes da prostituição por toda parte, com cores e formas diversas.

Não pense você que a prostituição se resume a vender o próprio corpo, ou seja, a fazer sexo em troca de dinheiro. A prostituição, na atualidade, é muito mais ampla do que sua origem histórica. O sucesso de um indivíduo (ou grupo) neste mundo mundano e secular está intimamente ligado à sua habilidade em se prostituir, ou seja, em saber viver em sociedade.

Afinal, viver em sociedade é prostituir-se.

Prostituição política.

Prostituição religiosa.

Prostituição ideológica.

Prostituição filosófica.

Prostituição tecnológica.

Prostituição cultural.

Prostituição social.

A prostituição passa a ideia de mistura, de fusão, de junção.

Viver em sociedade é relacionar-se.

Nas relações inter-pessoais, é difícil, para não dizer impossível, se manter puro. É difícil não misturar-se. E quando se misturam, leite e café formam uma nova cor.

Se você já teve a brilhante ideia de se prostituir, saiba que é a prostituição social, e não a sexual, o caminho certo para o sucesso.

A prostituição social é extremamente popular e lucrativa.

Um artista de sucesso conhece o seu valor e sabe se vender ao público; sabe se prostituir.

Na música, a indústria do entretenimento aposta em cantoras pop talentosas que se comportam como se fossem prostitutas hiperssexualizadas, prontas para seduzir e hipnotizar o público (o público hétero, e principalmente, o público gay, que é consumidor fiel de suas divas pop) com sua autoestima, sensualidade e rebolado.

A prostituição social é uma habilidade importante. Deveria ser ensinada em cursos técnicos e universidades. Neste mundo promíscuo, a prostituição social é garantia de prosperidade material.

Em resumo, a prostituição social é uma das variantes da sedução, que é puro poder.


O guia prático da prostituição social was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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