As loucuras do capitalismo

Capitalismo não é do capeta. Capitalismo é do capital.

E ainda que o capitalismo fosse obra do capeta, continuaria sendo a imagem e semelhança do pensamento racional.

Sendo o diabo inteligente e astucioso, as loucuras do capitalismo são apenas uma brincaderinha divertida. Ou ainda: uma loucura de mentirinha.

Porém, não sendo o capitalismo obra de uma entidade mística chifruda, as responsabilidades por sua loucura recaem em economistas, estadistas e doutrinadores, que ficam entre a cruz e a espada, num dilema filosófico, ao notarem que a realidade prática e pragmática é sempre mais cruel do que a teoria fofinha de suas projeções astrais.

Na teoria, capitalismo e socialismo-comunismo são maravilha e perfeição. Cada qual a seu modo, apresentam uma explicação para os problemas do mundo, e em resposta uma solução mágica, revestida de cálculo matemático, para instalar o paraíso na Terra.

Na prática, o capitalismo se mostra não o melhor, mas o menos pior, ou o menos mentiroso, se comparado com a proposta ilusória do socialismo-comunismo; da mesma forma que a democracia se mostra menos pior se comparada com a ditadura.

De qualquer forma, e a História prova, a riqueza pende para o sistema econômico ideológico capitalista, enquanto a pobreza é mais explícita em sistemas autointitulados socialistas-comunistas.

Porém, os problemas não estão nos sistemas e ideologias em si, que são sacos vazios. O problema está no ser humano, que é bicho egoísta e perverso.

As loucuras do capitalismo estão em suas contradições, a exemplo das crises econômicas de excesso de produção, enquanto milhões de pessoas continuam passando fome.

Em total sintonia com o pensamento darwinista social, o capitalismo passa uma ideia de lei da selva: vida aos fortes, morte aos fracos.

Somente os mais preparados, os mais capacitados, os mais treinados, os mais qualificados, os que fizeram mais cursos e ostentam mais diplomas, somente os que têm mais habilidade técnica, somente os mais talentosos, os mais bonitos, os mais ambiciosos, os mais ousados, somente estes sobressaem.

Somente os melhores conseguem os melhores empregos. Somente os mais determinados conseguem montar um negócio de sucesso. Somente estes vencem, ganham medalhas, troféus, honrarias, e sobem no pódio do capitalismo.

Os fracos são esquecidos. São engolidos pela concorrência.

Os fracos se contentam com a mediocridade. Podem até mesmo serem usados como bucha de canhão.

Num ambiente de hostilidade por todos os lados e constante pressão social em ser o melhor, não é surpresa que os casos de depressão e suicídio sejam tão numerosos.

O retrato fiel das loucuras do capitalismo são os painéis eletrônicos das bolsas de valores, que representam uma psicologia maluca e inter-conectada: a qualquer momento pode surgir um novo surto coletivo de horror, que gera efeitos dominós, que saem derrubando todas as peças e economias do mundo num piscar de olhos.


As loucuras do capitalismo was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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