As delícias da homossexualidade

Em alguns fatos e eventos da vida, não há escolhas.

O bebê não escolhe se nascerá numa família economicamente rica ou pobre. O bebê não escolhe os seus pais. E nem escolhe o seu país.

O bebê não escolhe se nascerá na Ásia, na África, na América, na Europa ou na Oceania.

O bebê não escolhe se será educado em mandarim, em espanhol ou em alemão.

Numa fase de inocência e dependência, o bebê é altamente influenciado pelas circunstâncias escolhidas não por ele, mas sim pelo destino, que lhe presenteia com alegrias, tristezas e desafios.

Ninguém escolhe a cor de pele.

Ninguém escolhe a cor dos olhos.

Ninguém escolhe a altura.

Ninguém escolhe a fisionomia, o biotipo. — Na idade adulta, através de procedimentos estéticos cirúrgicos, quem sabe…

Viver é um constante desafio, repleto de amarguras e ternuras, delícias e gosto ruim na boca. Doce, salgado, azedo, amargo.

Experimentação do mundo.

Chupar um limão.

Colocar o dedo na tomada de eletricidade.

Engatinhar, e andar com as próprias pernas, sozinho, sem o apoio de mamãe e papai.

A partir de certa idade, surge a consciência crítica, que é um refinamento sofisticado dos instintos, e começam a serem apresentados os preceitos ético-morais, entre o certo e errado, bom e mau, inofensivo e prejudicial, e se começam a fazer escolhas, que pedem decisão consciente entre duas ou mais opções.

Decisão pede consciência, e gera consequências.

E em certas coisas na vida não há escolhas.

A orientação sexual dos seres humanos é uma das coisas da vida na qual não há escolhas.

Ninguém escolhe conscientemente ser heterossexual.

Ninguém escolhe conscientemente ser homossexual.

Ninguém escolhe ser vítima de preconceitos, de discriminação, de olhares tortos e inquisitivos de reprovação.

O bebê não escolheu ser diferente. Foi o destino quem lhe presenteou com essa característica singular, que lhe destaca das maiorias. Com essa delícia.

As delícias em ser diferente.

Aa delícias em quebrar expectativas sociais; em ser um ponto fora da curva; em romper a padronização das maiorias.

As delícias da reprovação.

As delícias da humilhação.

As delícias da decepção.

As delícias da depressão.

As delícias da solidão.

Somente os fortes são presenteados pelo destino com essas delícias.

Somente os diferentes conhecem este sabor amargo, que fica entalado na garganta e que lagrima os olhos.

Somente os fortes encontram maravilhas no limão azedo, que acrescentado água gelada e açúcar, se torna uma deliciosa limonada.

As delícias da beleza.

As delícias do sucesso.

As delícias da riqueza.

As delícias da vida comum.

As delícias do sexo.

As delícias da amizade.

As delícias do aprendizado.

Enfim, as delícias em ser humano e em estar vivo.


As delícias da homossexualidade was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

<LEIA MAIS TEXTOS>

<COMPRE E-BOOKS>

<COMPRE ARTE DIGITAL>

<APRENDA SOBRE MARKETING>

<APRENDA INGLÊS>

<CONHEÇA SEUS DIREITOS>

<CRIE TEXTOS INCRÍVEIS>

Posted on