O porquê da pirâmide

A cobrança social dói, pesa, asfixia. Os ambiciosos – o pequeno e seleto grupo – são as maiores vítimas, tadinhos!, sempre despertando a inveja, o ressentimento e os comentários maldosos dos fracassados e recalcados, logo sendo tachados de “malvados”, “pessoas sem Deus no coração”. O materialismo mundano é publicamente condenado por muitos, mas discretamente desejado por todos. Realidade irônica. A carne é fraca, pecaminosa, inocente talvez. E deliciosa. Puro prazer. Suculento filé mignon.

O mundo parece delimitar com antecedência a nossa área de atuação. Querem nos meter tudo goela abaixo, sem engasgar. Um terreno pequeno, acidentado e mal localizado nos é dado. Escolhem a mediocridade, embrulham num papel qualquer e nos presenteiam. Cavalo de Tróia. Somos facilmente adestrados, iludidos, dominados. Para a saúde geral do sistema, é bom que seja assim. Muitos com pouco; poucos com muito. Muitos sem poder; poderosos sem querer.

No palco da vida, a grande maioria das pessoas recebem e aceitam passivamente o papel de meros figurantes – mudos, apáticos, inexpressivos, desprezíveis. Peão do patrão. Soldados robotizados. Fãs do ícone pop. Seguidores do líder. Fiéis da religião. Defensores da causa. Alienados políticos. Súditos do senhor. Ovelhas do pastor.

Existe o porquê de tudo. Cada um de nós é como se fôssemos peças de um jogo ainda não totalmente entendido. Talvez nunca seja. E é bom que continuemos sem entender. Somos felizes em nossa ignorância, sabe? O Universo é infinito – e continua a se expandir.

O mistério surgiu na Suméria – o início do mundo. Depois, fomos parar no Egito, de onde Cleópatra trouxe a arte da sedução, que aprendeu com a antiga serpente, aquela do Jardim.

Discos voadores, dragões mágicos, anciões paranormais, gnomos, duendes, bruxas, sereias líricas, unicórnios, mamutes, veados, dinossauros, tigres asiáticos, vacas indianas, maconheiros rastafári, lendas, ritos, mitos, conversas para boi dormir, príncipes encantados, fadas madrinhas, ditadores psicopatas, charlatões saltimbancos, esquizofrenia

coletiva, gatinhos fofinhos, armas de destruição em massa, um felizes para sempre. O olho que tudo vê enxerga lá do alto.

Nunca dorme.

Cada tijolo é importante e foi posto estrategicamente durante a construção da pirâmide.


O porquê da pirâmide was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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A criação da persona perfeita

Toda pessoa é pessoal, no sentido de que traz consigo a sua personalidade, que por sua vez caminha de mãos dadas com o binômio alma-espírito, que anima o corpo e é propriedade da psicologia, da psiquiatria e das religiões.

A pessoa e sua personalidade estão a todo momento influenciando e sendo influenciados, num constante processo dialético durante as existências Terra e além túmulo.

Toda pessoa é singular, vez ou outra se confundindo com a pluralidade fria e amorfa dos números estatísticos. Somente os corajosos se rebelam contra a ditadura da padronização, que homogeniza corpos e pensamentos em sua linha de produção.

Conclui-se que há, na personalidade, duas partes: um núcleo duro, rígido, que dá firmeza ao caráter; e uma camada superficial e maleável, que é influenciada pela posição dos astros no céu, de acordo com os ensinamentos da astrologia e da astronomia.

Conclui-se que a personalidade é o fruto do abacateiro. Ou ainda, que a personalidade é um ovo de galinha, com clara e gema, que pode ser cozido ou frito, com sal à gosto.

Conclui-se que a personalidade é um camaleão, alterando suas cores de acordo com o ambiente que o circunda.

O camaleão tem o maravilhoso poder da camuflagem (invisibilidade), que lhe protege dos inimigos e lhe permite se aproximar das suas suculentas presas, para engoli-las.

Conclui-se que a pessoa e sua personalidade são feitos de massinha de modelar. Por fim, conclui-se que todos nós utilizamos máscaras (personas).

E aqueles personagens mascarados e caricatos são os mais admirados pelo público. A máscara esconde. A máscara engana. A máscara seduz.

A máscara é um espelho que reflete imagens de outros mundos.

Um mundo distante e desejado. Um mundo perdido e nostálgico. Um mundo de fantasia, espetáculo e prazer. Um mundo de inocência. Um mundo de tudo o que a imaginação permitir.

Você também pode se dedicar à criação de sua persona perfeita.

A criação da persona perfeita envolve, acima de tudo, estratégia e cálculo matemático.

A criação da persona perfeita significa a confecção de uma máscara que se encaixe perfeitamente ao seu rosto, encarnando você o personagem que o momento pede.

A sua máscara não pode ser de ferro, pois é pesado demais; a sua persona deve ser leve, adaptável e fluida, como a água, que aceita os estados sólido, líquido e gasoso.

A máscara pode ser bela ou feia, extravagante ou discreta; a máscara pode ser boa ou má, pode rir ou chorar; ser intelectual ou sexual; a máscara pode até mesmo falar línguas estranhas e ganhar vida própria, possuída por uma força carismática que atrai as pessoas com suas palavras e gesticulação.

Autoridades políticas, líderes religiosos e artistas são os maiores especialistas na confecção de personas perfeitas, que eles utilizam no rosto para projetarem poder ao público.


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Nomes para o poder

O poder é algo invisível, abstrato, metafísico, porém manifestado no mundo material através de símbolos e explicitações de força.

O poder pode ser melhor visualizado através de três grandes vertentes, historicamente construídas, cada qual um tipo de poder: guerra, política, sedução.

A guerra é uma das mais primitivas e brutais manifestações de força, através da qual tribos e Estados-nações rivais degladiam-se entre si. A guerra é sinônimo de riqueza e destruição. O vencedor fica em posição vantajosa, e na maioria das vezes, subjuga, escraviza e se apossa de todos os bens valiosos do perdedor.

A política, assim como a diplomacia, são um refinamento sofisticado da guerra; são uma evolução das artes bélicas. Tudo aquilo que não puder ser tirado ou conseguido à força bruta, é negociado através da política (administração interna do Estado-nação, incluindo suas leis e seu Direito) e da diplomacia (relações entre os Estados-nações, em nível internacional).

A sedução é a mais ardilosa das manifestações de poder, e essencial, na atualidade, para as relações inter-pessoais bem sucedidas. A sedução trabalha não apenas com sexo, mas também com a insegurança das pessoas, e com tudo aquilo que lhes gera interesse e seja socialmente desejado.

O carisma é um dos tipos mais conhecidos de sedução, e utilizada principalmente por líderes religiosos, autoridades políticas e artistas midiáticos; qualquer estrategista de propaganda-publicidade precisa conhecer técnicas de linguagem sedutora.

Ainda estudando o poder, sabemos que o poder é assunto tabu, sendo que pouquíssimos se atrevem a escancarar, de forma explícita, que suas atitudes visam unicamente conseguir mais e mais poder.

O poder recebe vários nomes e interpretações, que se complementam e se confundem.

Numa visão darwinista social identificada com a ideologia capitalista, o poder é ou deveria ser um dos principais objetivos na vida de qualquer ser humano, sendo que quanto mais poderosa uma pessoa for, melhor será a sua qualidade de vida.

Uma pessoa poderosa, segundo o capitalismo, é uma pessoa economicamente rica, com grandes somas de dinheiro no bolso, na bolsa (de valores) e em cofres de bancos, o que lhe permite adquirir bens materiais e serviços, que são sinônimos de conforto, proteção, status e prestígio social.

Deus e as forças da natureza são a origem primordial de todo pensamento relacionado ao poder.

Deus é poder, pois Deus é o criador do Universo, dos céus, da Terra, das águas, dos minerais, das plantas, dos animais, do ser humano. Deus é o criador da vida, e se foi o ser humano, ser vivo, o mentor intelectual da Engenharia, da Arquitetura, da Medicina, da Arte, do Direito, da Religião, da Filosofia, da Matemática, da Física, da Química, da Biologia, da História, da Geografia, da Administração, do Comércio, da Economia, do Marketing, da Antropologia, da Sociologia, da Semiótica, da Cibernética, de toda área de conhecimento e atuação, concluímos que tudo deriva da inteligência infinita de Deus, que é perfeição.

Deus é invisível, e Deus se manifesta através de escolhidos, e se manifesta através de forças da natureza, incluindo raios, trovões, chuvas, fogo, ventanias, fumaça, tempestades, maremotos, terremotos, todo tipo de fenômeno sobrenatural inexplicável e que sirva para transmitir uma mensagem, um ensinamento, um aviso, uma lição.

As forças da natureza, desde os primórdios da humanidade, são temidas e reverenciadas. Apesar de todos os avanços técnico-tecnológicos e científicos dos últimos séculos, as forças da natureza continuam incontroláveis ao ser humano.

O ser humano sempre buscou inspiração na natureza para criar sua arte, estética e design. Todos nós sentimos uma atração inexplicável pela natureza, com suas árvores, flores, pássaros, animais, águas, praias e cachoeiras.

A natureza é bela e encantadora, e o design maleável da natureza, com suas curvas, é o extremo oposto das figuras pontiagudas da geometria, que são obra matemática dos seres humanos.

Deus, as forças da natureza, e a beleza da natureza são o próprio poder.

Deus e a natureza são força total, por isso são temidos e reverenciados.

Força é poder, pois o contrário da força é a fraqueza, e a fraqueza, na maioria das vezes, não sinaliza poder.

O fraco costuma ser subjugado por aquele que é forte.

Na selva capitalista, oligopólios engolem pequenos negócios, e destroem a concorrência sem dó nem piedade.

No ringue de boxe, o lutador mais forte e habilidoso ganha o cinturão de ouro e os troféus.

No reino animal, os machos disputam a fêmea, e o mais forte ganha a parceira sexual. Homens exibindo carrões para impressionar a mulherada é um exemplo aplicado.

Ainda no reino animal, geralmente os pássaros machos têm as penas mais exuberantes, justamente para chamar a atenção da fêmea, que decidirá, entre mais de uma opção, se irá ou não atender aos encantos de seu pretendente. Somente o pretendente mais forte, o mais exuberante, o mais habilidoso, conseguirá atingir seus objetivos.

Outros nomes para o poder incluem religião, beleza, sexo, Direito, conhecimento, ciência, técnica, arte.


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Revelação sensual

Você, garoto que curte garotos, em alegre euforia de pau lambuzado e pulsante, na companhia de libidinosas ratazanas de musculatura hipertrofiada…

…Eles, em atitudes, odores e corpos de macho, levam-lhe ao orgasmo físico e mental. O prazer maior vem da incógnita cópula entre seres do mesmo sexo.

Você, jovem homossexual, entende que continuar ocultando sentimentos e desejos pornográficos dentro de um armário é ato de extrema covardia. E a covardia, irmã profana do medo, tem sido a constante perversa de toda a sua existência, a partir do momento que a consciência exterior acusou a proibição do amor entre dois homens.

Você, refém do silêncio, conhece em profundidade o poder nefasto do mesmo; continua preso, acorrentado, limitado aos dissabores da marginalidade por ocultar a sua verdadeira essência. Mantendo-se calado você lança álcool no fogaréu de seu próprio inferno psicológico; na tola ideia de agradar aos outros, você apoia o falso e corroído moralismo no qual a ignorância popular se escora.

Você, ingênuo amigo, foi agraciado pelo século XXI. Já não se mandam bruxas a fogueiras; a Terra gira em torno do Sol. O século de novas e medonhas realidades foi herdado pela geração da qual você faz parte. E essa geração – ainda que iludida em grande parte pela satânica e gloriosa máquina midiática mundial, com seus ídolos, modismos, gigabytes de informação e terabytes de alienados – já não aceita certas mentalidades retrógradas.

Você, outrora um alienígena, buscou e encontrou respostas. A primitiva droga mística que narcotizava a sua felicidade cedeu espaço para outra espiritualidade, agora sem dogmas estúpidos. O pensamento divino mostrou a realidade do caráter individual humano: não é validado pela nacionalidade, escolaridade, religião, etnia, raça, cor de pele, classe social,

visão política ou orientação sexual. A hipocrisia foi embora e agora você é autêntico em sua própria verdade.

Porque a verdade é o amor, e porque o amor é a lei.

O amor é um direito seu. O amor é um direito nosso.

Amar, amar-se e ser amado.

Respeitar, respeitar-se e ser respeitado.

Aceitar, aceitar-se e ser aceito.

O amor foi feito para tudo, todos e todas.

Você também pode amar. Do seu jeito. Sem máscaras, sem mentiras. Amar uma, duas, três vezes. Quantas vezes você quiser, até você aguentar. Amar a noite todinha, até amanhã de manhã.

Amar sem medo.

Amar sem preocupação.

Amar sem remorso.

Amar sem culpa.

Amar sem pedir desculpas.

Amar sem nenhuma vergonha na cara.

Amar bem gostoso.

Por que amar não é errado. Amar não é pecado. Amar não é ilegal. Toda forma de amor é válida.

Heterosexuality is beautiful.

Homosexuality is beautiful.

Asexual is beautiful.

Love is for all.

Deus não comete erros.

Você finalmente está livre, e pode libertar muitos com o seu belo exemplo.

Livre, leve, solto, espontâneo, autêntico, ambíguo, dualístico. Deus agradece. Deus aceita. Deus abençoa. Deus está com você. Deus é Pai (Muscle Daddy).

Deus ama você.


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O mistério das religiões

A religião encontra respostas no sobrenatural, que é mistério, para explicar ou tentar explicar o mundo e os fatos da vida humana, diferente da ciência, que busca na própria natureza, e não em narrativas metafísicas ou fantásticas, relações de causa e efeito para as perguntas e problemas da humanidade, caminhando a ciência de mãos dadas com a filosofia (a mãe de todas as ciências), a técnica e o desenvolvimento tecnológico.

A religião se contenta, se satisfaz, se apazigua e é autossufiente com sua própria doutrina, e com o elemento fé.

Somente os crentes acreditam (e são bilhões ao redor do mundo), e somente os crentes têm fé.

Porém, os crentes-fiéis não são exclusividade das religiões. A ciência também precisa de cientistas crentes e fiéis ao método científico.

A ciência vez ou outra esbarra em mistérios, que são a grande especialidade das religiões. Aquilo que a ciência não explica de maneira satisfatória através de árdua pesquisa e labutação racional, a religião pode encontrar solução em nuvens de fumaça, transes místicos e bolas de cristal.

A religião faz uma ligação entre a humanidade (caída no mundo, presa em sua pequenez) e as forças sobrenaturais detentoras de todo o poder e sabedoria (penduradas lá no alto, enxergando tudo e todos, podendo ajudar, prejudicar, ou nada fazerem diante das súplicas e rituais que a elas são direcionadas).

As religiões dominantes, com enorme número de crentes-fiéis, são institucionalizadas, e são muito influentes na vida social, na política, no Direito e na economia dos Estados nações; por sua vez, as religiões dissidentes, menos populares, incluindo sociedades secretas iniciáticas, seitas e grupos alternativos, existem e convivem lado a lado (às vezes literalmente) com as religiões majoritárias.

Toda religião guarda os seus mistérios, pois é justamente no mistério que a religião se diferencia totalmente da ciência, da filosofia, e de qualquer outro campo de atuação. O mistério é ainda mais importante em sociedades iniciáticas secretas, que fazem um uso proposital do mistério, e da promessa de conhecimento aos iniciados, como forma de atrair novos adeptos para seus templos.

O mistério é importante pois trabalha com o inconsciente, com o irracional e com a fantasia, que estão em total sintonia com a experiência extraterrena de qualquer sistema religioso.

Aquilo que é facilmente compreendido e interpretado não tem graça; logo perdemos o interesse e partimos para outra coisa. Os personagens misteriosos, com profundidade psicológica, conseguem prender a atenção dos leitores de qualquer romance.

Caso a religião fosse extinta, morreria com ela toda a poesia da existência humana; e caso o mistério fosse retirado das religiões, ficaria um buraco do tamanho do Universo.

O poder do mistério é propriedade das religiões, que guardam seus mistérios com todo o zelo e segurança.


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Assunto-tabu

Um assunto tabu é o tatu escondido no casco.

Assunto tabu é bicho estranho e cabeludo.

Quem toca em assunto tabu, cutuca onça com vara curta e não tem medo do bote de cobra venenosa.

Poder é assunto tabu.

Religião é assunto tabu.

Sexo é assunto tabu.

Apesar de ser a única certeza na vida, a morte continua a ser o maior de todos os tabus.

E sendo a morte o maior de todos os tabus, o suicídio também é assunto tatu.

Um assunto tabu dá pano pra manga para um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) profundo e original.

Um assunto tabu toca em cordas emocionais, e gera todo tipo de reação: alguns concordam, outros protestam violentamente.

O assunto tabu está e não está. Enxergam, mas ninguém viu.

O assunto tabu é calado, e poucos falam por ele.

Assunto tabu é a cereja em cima do bolo, que acrescenta um sabor especial. Um assunto tabu é o toque caprichoso de qualquer artista subversivo.


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Câmera escondida

O ser humano costuma ser sádico e debochadamente perverso. O porquê é puro mistério. Sabemos apenas que as energias são implicitamente sugestivas, rapidamente interpretadas e resultam em evidências palpáveis. É quase impossível não se divertir e procurar tirar proveito, ou até um sarro, ainda que discretamente, com as limitações, deficiências, fragilidades e fantasias de outro ser humano.

Safadeza genética ou adquirida?

A hipocrisia, um dos mais antigos e sólidos pilares da vida em sociedade, condena e algumas vezes até nega a existência da malícia, tão presente na personalidade das criaturas pensantes abaixo dos céus. O canto hipnótico da distração. Maquiavelismo travestido de ingenuidade, meus caros! Pois afinal, quem realmente exalta e respeita a timidez dos bonzinhos?

Alguns defendem publicamente a honestidade, a solidariedade, o altruísmo, a tolerância, a Justiça, a Ética, a Moral, os bons costumes, o diálogo, a democracia de ideias, o fim dos preconceitos e discriminações, a paz mundial. São donos de uma retórica estimulante e sedutora, condizente com os desejos e aspirações do público. Atuam no palco das aparências com elegante maestria. E muitos, ao presenciarem a cena, ficam agradavelmente enfeitiçados com as ondas multicoloridas que irradiam do belo coração destes seres angelicais…

Blá blá blá.

Conversa fiada.

Lobos em pele de cordeiro.

Uma outra câmera registra a cena, agora sem maquiagens: num banheiro masculino, um vaso sanitário cheio de merda e mijo. Um fedor insuportável. Decadência e podridão. Paredes pichadas. Ambientação bizarra. Clima de terror. Submundo underground. Boiando entre os dejetos fecais, duas notas, uma de cem (R$100,00), outra de cinquenta

reais (R$50,00), visivelmente presentes, postas como que propositalmente ali. E a câmera filmando tudo. Uma armadilha. Uma pegadinha. Sangue nos olhos. Quem vai se rebaixar, se ajoelhar, se humilhar diante daquele trono todo cagado e mijado por um rei qualquer, para pegar as notas, tendo que mergulhar o braço naquela bosta toda?

Enquanto isso, os telespectadores soltam uma gargalhada satânica em uníssono.


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Inocente

Quando eu era inocente, eu sofria bullying dos coleguinhas da escolinha. Eu acreditava nos apelidos que recebia, e me deixava rotular.

Quando eu era inocente, em nem gostava de me olhar no espelho.

Quando eu era inocente, eu era ignorante, e quando eu era ignorante, eu era antigo, e quando eu era antigo, o Sol girava em torno da Terra, que era quadrada.

As nuvens eram feitas de algodão doce; os céus, eram os oceanos pendurados.

Quando eu era inocente, a professorinha fazia teatrinhos de bonecos, e todos se divertiam na simplicidade da vida, que era mais leve, pois o peso do mundo ainda não recaía sobre os meus ombros.

O choro de tristeza logo era subtituído por novas experiências, que traziam alegria, esperança e fé. Havia espontaneidade, ligeireza, e tudo se resolvia em toques de varinha mágica, que abria um terceiro olho, no meio da testa, para colorir as brincadeiras de recreio e merenda.

Quando eu era inocente, eu era ignorante, e quando eu era ignorante, eu desconhecia as coisas e regras deste mundo, e conversava com entidades fantásticas e amigos imaginários, que me entendiam melhor que meus brinquedos.

Quando eu era inocente, eu já era adulto, e quando eu era adulto, eu já era antigo, e quando eu era antigo, eu acreditava que o fato de ainda não ter feito sexo com outra pessoa, de ainda não ter transado, me deixava mais puro e limpo. Eu acreditava que continuar virgem continuava mantendo minha inocência intacta.

Mesmo já sendo adulto, e mesmo já sendo antigo, eu continuo inocente, pois existem vários tipos e níveis de ignorância e inocência.


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As loucuras do capitalismo

Capitalismo não é do capeta. Capitalismo é do capital.

E ainda que o capitalismo fosse obra do capeta, continuaria sendo a imagem e semelhança do pensamento racional.

Sendo o diabo inteligente e astucioso, as loucuras do capitalismo são apenas uma brincaderinha divertida. Ou ainda: uma loucura de mentirinha.

Porém, não sendo o capitalismo obra de uma entidade mística chifruda, as responsabilidades por sua loucura recaem em economistas, estadistas e doutrinadores, que ficam entre a cruz e a espada, num dilema filosófico, ao notarem que a realidade prática e pragmática é sempre mais cruel do que a teoria fofinha de suas projeções astrais.

Na teoria, capitalismo e socialismo-comunismo são maravilha e perfeição. Cada qual a seu modo, apresentam uma explicação para os problemas do mundo, e em resposta uma solução mágica, revestida de cálculo matemático, para instalar o paraíso na Terra.

Na prática, o capitalismo se mostra não o melhor, mas o menos pior, ou o menos mentiroso, se comparado com a proposta ilusória do socialismo-comunismo; da mesma forma que a democracia se mostra menos pior se comparada com a ditadura.

De qualquer forma, e a História prova, a riqueza pende para o sistema econômico ideológico capitalista, enquanto a pobreza é mais explícita em sistemas autointitulados socialistas-comunistas.

Porém, os problemas não estão nos sistemas e ideologias em si, que são sacos vazios. O problema está no ser humano, que é bicho egoísta e perverso.

As loucuras do capitalismo estão em suas contradições, a exemplo das crises econômicas de excesso de produção, enquanto milhões de pessoas continuam passando fome.

Em total sintonia com o pensamento darwinista social, o capitalismo passa uma ideia de lei da selva: vida aos fortes, morte aos fracos.

Somente os mais preparados, os mais capacitados, os mais treinados, os mais qualificados, os que fizeram mais cursos e ostentam mais diplomas, somente os que têm mais habilidade técnica, somente os mais talentosos, os mais bonitos, os mais ambiciosos, os mais ousados, somente estes sobressaem.

Somente os melhores conseguem os melhores empregos. Somente os mais determinados conseguem montar um negócio de sucesso. Somente estes vencem, ganham medalhas, troféus, honrarias, e sobem no pódio do capitalismo.

Os fracos são esquecidos. São engolidos pela concorrência.

Os fracos se contentam com a mediocridade. Podem até mesmo serem usados como bucha de canhão.

Num ambiente de hostilidade por todos os lados e constante pressão social em ser o melhor, não é surpresa que os casos de depressão e suicídio sejam tão numerosos.

O retrato fiel das loucuras do capitalismo são os painéis eletrônicos das bolsas de valores, que representam uma psicologia maluca e inter-conectada: a qualquer momento pode surgir um novo surto coletivo de horror, que gera efeitos dominós, que saem derrubando todas as peças e economias do mundo num piscar de olhos.


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Fantasias de carnaval

O carnaval é a festa mais popular do Brasil.

E o motivo é simples: a racionalidade, e sua irmã realidade, são opressoras. Esqueça a razão. Esqueça a realidade e fuja para a fantasia.

Esqueça a saúde doente, a educação burra, o trânsito congestionado, a segurança violentada. Esqueça o pinto e a galinha. Esqueça o pato e o carrapato.

Esqueça a bomba ligada. Esqueça a panela no fogão.

Esqueça a conta de energia atrasada.

Esqueça das brigas e intrigas da última madrugada.

Esqueça dos problemas e beba mais um copo, abra mais uma latinha, fume mais um cigarrinho.

Deixe tudo para trás e venha para a rua. Venha ver gente.

Bote uma máscara no rosto. Bote uma peruca loira. Faça o download de novos alter egos na sua configuração mental. Adicione múltiplas personalidades. Viva intensamente, e depois esqueça todo o resto.

Ano que vem tem mais. Ou não.

Vai quem quer, volta se Deus quiser. Mas fique tranquilo: a chave da cidade foi entregue nas mãos do Rei Momo.

Música, corpos suados, corpos sem camisa. Um convite explícito e subliminar. Nas fantasias de carnaval, tudo é possível: até um beijo fácil.

Até um sexo a três.

Até homem se vestindo de mulher.

Aliás, o carnaval é o momento certo para tirar todas as fantasias que você deixa escondidas aí, dentro do seu armário durante os outros onze meses do ano.

Sendo o travestismo carnavalesco uma coisa extravagante e purpurinada, tudo continua sendo possível.

É possível até mesmo entrar num transe místico sob a influência dos batuques da Axé Music.

No carnaval todos se encontram: explorados e exploradores, gentalha e elite, todos unidos num coletivo místico e luxurioso. Unidos por uma força magnética e estranha, talvez do diabo, quem sabe.

A maravilhosa e excepcional fantasia é sempre mais gratificante do que a triste e corriqueira realidade.

Os caminhos do carnaval estão corretos. Quem for seguindo o trio elétrico, nunca se perderá.

Carnaval é alegria. Carnaval é droga. Carnaval é sexo. Carnaval é tudo o que a imaginação permitir.

Carnaval é fantasia, e tudo aquilo que desperta a fantasia das pessoas exerce fascínio e poder.

Logo, carnaval é puro poder.

Poder do teatro, poder da ilusão. Pura distração.

No fundo bem profundo, o carnaval é uma grande mentira. Um dos nomes poéticos para a mentira chama-se “fantasia”.

Na quarta-feira de cinzas, tudo já virou pó e esvaneceu-se.

Após a droga anestésica, a dolorosa realidade.

Na política do pão e circo, o povão, sempre bruto e alienado, faz o papel de palhaços.

Isso explica o porquê do carnaval ser tão popular no caricato e estereotipado Brasil que gringo gosta de ver.


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Vida de safado

Vida de safado que é vida boa. A vida do tímido e reprimido é dura e difícil. A safadeza, a sacanagem, a putaria, a mundanice, estão sempre acontecendo. Um olhar, um sorriso, um toque, uma sugestão, uma palavra. Nas academias de musculação.

Nas zonas de prostituição.

Nos serviços públicos e privados.

No banco da praça.

Na fila do caixa de supermercado.

Na fila do banco.

Na fila da padaria.

Dentro da tabacaria.

Na fila do posto de saúde.

No ponto de ônibus.

Dentro do ônibus.

Dentro do carro.

Dentro do táxi compartilhado.

Nos lares.

Nos bares.

Nas praças.

Nos condomínios de luxo.

Nas vielas de favela.

Por toda a República Federativa do Bananal. No Feirão do Bacanal.

Dentro do Banheirão.

Na casa da vizinha.

Na rua da casa do primo.

Na casa abandonada.

Atrás da pista.

Atrás da moita.

No estacionamento do shopping. Na escada rolante.

No elevador.

No terreno baldio.

Ao ar livre.

No meio da BR.

Na sauna.

No clube.

Nas cabines.

No cinema.

Na praia de Ipanema.

Nos apps de paquera.

Na avenida Anhanguera.

No hotel.

No motel.

No bordél.

Em cima da laje.

Na latrina.

Banho de piscina.

Vida de safado é vida sensual, prazerosa e perigosa.

Apesar de o contexto sociocultural patriarcal-machista privilegiar o arquétipo de Don Juan, o número de homens safados e mulheres safadas é relativamente equilibrado. Aliás, mulheres safadas foram fundamentais na construção do personagem lendário Don Juan, o cavaleiro medieval apaixonado, escravo de seu amor por todas as mulheres do mundo, e que representa, para a mulheres (entediadas com a monótona rotina e oprimidas pela pressão das expectativas sociais), a fantasia do sexo pelo sexo, da empolgante, divertida e prazerosa aventura sexual sem compromisso.

Para os homens, Don Juan também representa o idealizado sonho erótico da promiscuidade e do flerte com o perigo, quando se relacionam com mulheres casadas.

Outro arquétipo poderoso relacionado ao universo das safadezas é a sereia (oriunda da mitologia grego-romana), que dá total poder às mulheres que dele fazem uso. A sereia, com seu corpo irresistível e sua voz hipnótica, seduz os barqueiros e os faz se atirarem ao mar, para morrerem afogados. Poderosas e extremamente femininas e sensuais, no limite da caricatura, as sereias representam, aos homens, puro prazer, e perigo.

Flertando com todas as orientações sexuais e identidades de gênero possíveis e imagináveis, a safadeza não tem gênero definido, pendendo para uma bissexualidade universal, e remetendo-nos ao arquétipo da androginia fluida, que causa medo (e ao mesmo tempo, fascínio) nos basilares do conservadorismo social, que é majoritariamente heteronormativo.

O olhar do safado sinaliza aquilo que ele traz na cabeça, em seus pensamentos. É um olhar vivo, penetrante, hipnótico, atraente.

Os olhos do safado brilham, refletindo as chamas do fogaréu do inferno, por isso são olhos tão sedutores para quem os vê.

A safadeza passa a ideia de coisa de baixa qualidade, de baixo valor.

Pessoas safadas são pessoas que valem menos que 1 dólar. Não valem nem 1 real.

Ainda assim, em um mundo mundano e secular, virado de ponta cabeça e pernas para o ar, a safadeza tem um alto valor, e é altamente valorizada por aqueles que se sentem atraídos por seus encantos.


Vida de safado was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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O guia prático da prostituição social

Reza a lenda (historiadores safadinhos) que a prostituição é a mais antiga das profissões.

Uma profissão originalmente desempenhada por mulheres, para satisfazer o desejo masculino por sexo. Uma profissão que se mescla numa ritualística para agradar os deuses.

Seria a prostituição uma criação deliberadamente feminina, ou uma imposição de homens opressores?

A sociedade supostamente religiosa mas comprovadamente hipócrita, numa dualidade pecado-transgressão, desde sempre viveu uma relação de amor e ódio com as prostitutas, que tiveram papel fundamental no desenvolvimento histórico das artes da sedução.

Sempre submissas ao capricho de machos dominadores (contexto patriarcal), as mulheres poderiam fazer uso do próprio corpo sexualizado como moeda de troca para obterem vantagens e ascensão econômico-social. E foi o que muitas mulheres fizeram, e continuam a fazer.

Ao longo dos séculos, e em contextos socioculturais diversos, homens também passaram a ofertar seus corpos em troca de poder, e para outros homens.

Atravessando os séculos, a prostituição sexual é hoje inclusiva (todas as cores do arco íris), popular (internet e cultura pop) e lucrativa (aceita pagamento em espécie, cartão de crédito, débito e transferência via Pix).

A prostituição sexual, o tráfico internacional de pessoas e a violação à dignidade da pessoa humana compartilham tristes coisas em comum. A prostituição sexual flerta entre o submundo underground e o mainstream desde o início das civilizações.

Não há nada errado no sexo consensual entre adultos mentalmente conscientes.

O abuso sexual é um erro, que é criminalizado pela força coercitiva (sistema jurídico) da grande maioria dos Estados-nações do mundo.

Até o momento, falamos em prostituição sexual, que é a mais conhecida das prostituições.

Porém, existem variantes da prostituição por toda parte, com cores e formas diversas.

Não pense você que a prostituição se resume a vender o próprio corpo, ou seja, a fazer sexo em troca de dinheiro. A prostituição, na atualidade, é muito mais ampla do que sua origem histórica. O sucesso de um indivíduo (ou grupo) neste mundo mundano e secular está intimamente ligado à sua habilidade em se prostituir, ou seja, em saber viver em sociedade.

Afinal, viver em sociedade é prostituir-se.

Prostituição política.

Prostituição religiosa.

Prostituição ideológica.

Prostituição filosófica.

Prostituição tecnológica.

Prostituição cultural.

Prostituição social.

A prostituição passa a ideia de mistura, de fusão, de junção.

Viver em sociedade é relacionar-se.

Nas relações inter-pessoais, é difícil, para não dizer impossível, se manter puro. É difícil não misturar-se. E quando se misturam, leite e café formam uma nova cor.

Se você já teve a brilhante ideia de se prostituir, saiba que é a prostituição social, e não a sexual, o caminho certo para o sucesso.

A prostituição social é extremamente popular e lucrativa.

Um artista de sucesso conhece o seu valor e sabe se vender ao público; sabe se prostituir.

Na música, a indústria do entretenimento aposta em cantoras pop talentosas que se comportam como se fossem prostitutas hiperssexualizadas, prontas para seduzir e hipnotizar o público (o público hétero, e principalmente, o público gay, que é consumidor fiel de suas divas pop) com sua autoestima, sensualidade e rebolado.

A prostituição social é uma habilidade importante. Deveria ser ensinada em cursos técnicos e universidades. Neste mundo promíscuo, a prostituição social é garantia de prosperidade material.

Em resumo, a prostituição social é uma das variantes da sedução, que é puro poder.


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A glamurização das drogas

O fruto proibido é o mais apetitoso e desejado de todo o jardim justamente por ser o único pecaminoso, transgressor, ilegal.

Proibido por Deus.

Através de um jogo manipulador de palavras, envolvendo sofística astuciosa e hermenêutica diabólica, o proibido, errado e destrutivo se torna atraente, sedutor, glamuroso.

As drogas são a representação máxima do fruto proibido.

Foi Satanás, o diabo, corporificado numa serpente e mentindo, quem fez Eva e Adão caírem em tentação.

Lúcifer, o primeiro rebelde-anarquista, o anjo caído, o pai da mentira, fez uso de uma falsa promessa para que Eva e Adão provassem do fruto da árvore do conhecimento proibido, desobecendo Jeová Deus.

A promessa em ser tão sábio quanto Deus. A promessa em, após provar do fruto proibido, já nem precisar de Deus.

Quem prova dos frutos da árvore do conhecimento proibido entra em contato com outras realidades, e mistérios são desvendados.

Conhecimento. Proibido. Poder. Ritual. Magia. Mentira. Eis as origens da glamurização das drogas. E a origem das drogas está no reino botânico. A primeira de todas as drogas foi o fruto da árvore do conhecimento.

Maconha. Cocaína. Crack. Skunk. Haxixe. Heroína. Cigarro. Cigarro eletrônico. Narguilé. Charuto. Cerveja. Vinho. Álcool. Whisky. LSD. MDMA. Lança-perfume. Cola de sapateiro. Ecstasy. Narcóticos. Entorpecentes. Psicodélicos. Cannabis. Tabaco. Papoula. Cevada. Cana-de-açúcar. Cogumelos mágicos. Ayahuasca.

O fruto proibido mexe com as células cerebrais, prejudicando os sentidos e a coodenação motora do drogado, fazendo-o se desligar deste mundo terreno e entrar em contato com outros planos astrais.

As consequências de quem decide embarcar na viagem são imprevisíveis.

Podem vir as brisas do mar. A gargalhada fácil. O relaxamento. O sexo. O tesão. A anestesia.

Podem vir a agitação. A paranoia. O delírio. A psicose. A loucura. A violência. Podem vir a perda. As dívidas. A falência. A decadência.

Pode vir a prisão.

Pode vir a depressão.

Pode vir a morte.

O fruto proibido causa uma dependência bioquímica-física e mental-psicológica, apresentando-se como a solução ou válvula de escape para os problemas da triste e opressiva realidade cotidiana.

Uma briga familiar.

Um chifre na cabeça (traição conjugal).

Um convite para fazer parte do grupinho mais popular da escola, faculdade, universidade.

Um happy hour com os colegas de trabalho.

A experimentação de drogas é o pretexto perfeito.

Por representarem consequências imprevisíveis à segurança do consumidor-usuário, e principalmente, por representarem perigo à segurança da própria sociedade e do Estado, as drogas, em suas variadas apresentações diabólicas, são em maior ou menor grau criminalizadas na grande maioria dos países do mundo.

E a proibição das ditas “drogas ilícitas” (que se diferenciam das chamadas “drogas lícitas”), a exemplo da maconha e da cocaína, joga produtores-narcotraficantes e usuários drogados para a marginalidade, correlacionando a logística desse tipo de drogas com a

pobreza e a violência, e fomentando ainda mais o interesse de otários pelo delicioso gostinho daquilo que é ilegal.

Aliás, a indústria das drogas e sua irmã tráfico internacional de drogas sempre fizeram uso de uma logística diabólica (que vai das festas de favela às festas de elite) e de uma poderosa máquina de propaganda (artistas apologistas, entre os quais sertanejos bêbados e cachaceiros, rappers e funkeiros maconheiros) para conseguir localizar, seduzir e viciar novos usuários (para seus produtos) e atrair membros (para suas facções criminosas).

A indústria das drogas é bilionária e dualística. Inclui a indústria de bebidas alcoólicas (a mais popular de todas, pois apresenta a inofensiva e sagrada cervejinha dos finais de semana), a indústria do tabaco (que já apresenta cigarros eletrônicos e narguilés para viciar os filhos e netos daqueles que nos anos 1960 foram seduzidos e viciados pela glamurização do cigarro nos filmes de Hollywood) e a indústria das drogas clandestinas, proibidas pelo Estado, mas nem por isso menos glamurosas, e que incluem, entre outras, produtores fornecedores e usuários de maconha, cocaína e ecstasy.

A glamurização das drogas se tornou uma ideologia popular e sedutora, arquitetada e financiada por aqueles que têm interesse no altamente lucrativo processo de vender produtos para viciados que, faça chuva ou faça sol, continuam a consumir drogas e a serem apresentados às drogas, seja em praias, bares, boates, bailes, raves, bocas-de-fumo, tabacarias, universidades, faculdades, cracolândia, deep web, etc, etc.

Na atualidade, o fruto proibido da antiga narrativa bíblica ganhou nova roupagem em todo tipo de porcaria viciante imaginável, da cerveja ao cigarro, do haxixe ao LSD. A promessa é a mesma.

Astuciosidade da serpente original, que é traiçoeira, e faz o mundo cair em tentação. Puro glamour.


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As delícias da homossexualidade

Em alguns fatos e eventos da vida, não há escolhas.

O bebê não escolhe se nascerá numa família economicamente rica ou pobre. O bebê não escolhe os seus pais. E nem escolhe o seu país.

O bebê não escolhe se nascerá na Ásia, na África, na América, na Europa ou na Oceania.

O bebê não escolhe se será educado em mandarim, em espanhol ou em alemão.

Numa fase de inocência e dependência, o bebê é altamente influenciado pelas circunstâncias escolhidas não por ele, mas sim pelo destino, que lhe presenteia com alegrias, tristezas e desafios.

Ninguém escolhe a cor de pele.

Ninguém escolhe a cor dos olhos.

Ninguém escolhe a altura.

Ninguém escolhe a fisionomia, o biotipo. — Na idade adulta, através de procedimentos estéticos cirúrgicos, quem sabe…

Viver é um constante desafio, repleto de amarguras e ternuras, delícias e gosto ruim na boca. Doce, salgado, azedo, amargo.

Experimentação do mundo.

Chupar um limão.

Colocar o dedo na tomada de eletricidade.

Engatinhar, e andar com as próprias pernas, sozinho, sem o apoio de mamãe e papai.

A partir de certa idade, surge a consciência crítica, que é um refinamento sofisticado dos instintos, e começam a serem apresentados os preceitos ético-morais, entre o certo e errado, bom e mau, inofensivo e prejudicial, e se começam a fazer escolhas, que pedem decisão consciente entre duas ou mais opções.

Decisão pede consciência, e gera consequências.

E em certas coisas na vida não há escolhas.

A orientação sexual dos seres humanos é uma das coisas da vida na qual não há escolhas.

Ninguém escolhe conscientemente ser heterossexual.

Ninguém escolhe conscientemente ser homossexual.

Ninguém escolhe ser vítima de preconceitos, de discriminação, de olhares tortos e inquisitivos de reprovação.

O bebê não escolheu ser diferente. Foi o destino quem lhe presenteou com essa característica singular, que lhe destaca das maiorias. Com essa delícia.

As delícias em ser diferente.

Aa delícias em quebrar expectativas sociais; em ser um ponto fora da curva; em romper a padronização das maiorias.

As delícias da reprovação.

As delícias da humilhação.

As delícias da decepção.

As delícias da depressão.

As delícias da solidão.

Somente os fortes são presenteados pelo destino com essas delícias.

Somente os diferentes conhecem este sabor amargo, que fica entalado na garganta e que lagrima os olhos.

Somente os fortes encontram maravilhas no limão azedo, que acrescentado água gelada e açúcar, se torna uma deliciosa limonada.

As delícias da beleza.

As delícias do sucesso.

As delícias da riqueza.

As delícias da vida comum.

As delícias do sexo.

As delícias da amizade.

As delícias do aprendizado.

Enfim, as delícias em ser humano e em estar vivo.


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Música de Pombajira

Música de Pombajira é sucesso absoluto.

Música de Pombajira faz a pomba girar.

Soltar a pomba.

Soltar a franga…

Por que será?

O DJ solta um som dançante, em rituais de teclado e globo espelhado. Um som com vocais hipnóticos de divas pop.

Um som sensual, com vozes de lillith.

Vozes de anjo.

Vozes de sereia, que faz os incautos se atirarem no mar para morrerem afogados.

Um som com encantos que são a flecha do cupido apontado direto para o coração, que é emoção.

Sob a influência de Pombajira, fica difícil se controlar, e a pomba se liberta da gaiola e sai voando.

Girando com a globalização e seguindo ordens da indústria do entretenimento, Música de Pombajira continua a doutrinar novos adeptos para o seu lucrativo ritual.

Música de Pombajira toca nos templos e igrejas em todos os cantos e recantos do mundo.

São Paulo, Lisboa, Barcelona, New York, Paris, Roma, Mykonos, Moscow, Tokyo, Xangai.

Música de Pombajira tem o espírito feminino caricato e estereotipado de uma drag queen.

Música de Pombajira tem a força dos tambores e atabaques místicos da grande mãe preta África.

África dançante.

África sensual.

África original.

África berço das girafas e dos elefantes, dos veados e dos macacos.

África cotidiano.

África, útero do ser humano.

África fértil. África bucho grande. África grávida.

Música de Pombajira é música de Deusa Mãe, que também é Vênus, Afrodite, Iemanjá.

Música de Pombajira faz a pomba girar.

Por que será?

Música de Pombajira não é coisa pra pomba lesa.

Música de Pombajira é pra quem tem força nas pernas, pra rodopiar na ciranda e não cair tonto.

Música de Pombajira vira tudo do avesso e instala uma nova configuração mental, te fazendo perder a linha, sair do trilho e seguir uma outra direção.

Pombajira é substância feminina, que se comunica com a fêmea existente dentro daqueles que se sentem atraídos pela sua música.


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O Brasil e a bunda

Aclamada, adorada, bolinada.

A bunda é digna de amplo espaço nos pixels televisivos.

A bunda feminina.

A bunda carnavalesca.

A bunda exibicionista.

A bunda insaciável.

A bunda de alma siliconada.

A bunda de projeções abundantes.

A bunda do fio cheiroso.

A bunda das praias e academias.

A bunda das capas de revista.

O mundo é uma bola. Se o mundo fosse duas bolas, o mundo seria um saco. Mas o mundo é divertido. O mundo é bom demais. O mundo é curtição. O mundo é a própria bunda.

Bunda, bunda, bunda.

A bunda que entorta pescoços. A bunda que tudo sabe e abarca. A bunda que incita guerras orgásmicas e micaretas religiosas. A bunda dos prazeres púberes. A bunda da vizinha gostosa. A bunda das maiores bundas, anabólica imperatriz midiática.

A bunda é puro prazer.

A bunda é puro poder.

Mulheres de bunda grande são as rainhas do mundo.

A bunda veio para salvar. A bunda veio para profetizar. A bunda abre o caminho. O que entra pela bunda não quer mais sair.

Três coisas no Brasil são realmente importantes: novela, futebol e bunda. Nada mais interessa, nada mais importa.

A bunda tudo foi, tudo é, tudo será.

O olho da bunda é onisciente, onipresente, online.

Quando a bunda se abre ao povo, a bunda alarga a esperança. Por mais saúde!!!, por mais educação!!!, por mais segurança!!!, por mais cultura!!!, por mais bunda!!!

O Brasil e o mundo precisam de mais flores, de mais livros, de mais bundas! A bunda que solta gases psicodélicos.

A bunda que provoca bulimias no juízo popular faminto.

A bunda que foi endeusada, arrombada no âmago de sua humildade e posta no comando geral.

Tudo o que a bunda fala e faz, todos concordam.

A bunda defeca nas escolas, delegacias, favelas, estradas.

A bunda defeca nas bocas acomodadas.

A bunda tem poderes místicos.

A bunda é a cara de quem a vê.

A bunda faz a cabeça do eleitorado, e todos sabem o que o eleitorado tem na cabeça. Parece que a bunda cagou na cabeça dos eleitores… eles têm merda na cabeça. A bunda promete, mas nunca dá.

A bunda é pura corrupção.

A bunda é pura sedução.

A bunda se prostitui, expelindo migalhas à audiência.


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A cultura do cu

O cu não é só cocô. O cu é tão belo quanto uma flor.

O cu é lindo. O cu é bem legal. O cu é gente como a gente.

O cu não pode ser tratado como um tabu.

O cu é cultura.

E a cultura do cu pede um brinde e um pum. E um anal bem gostoso. O cu é bom demais. Você já provou? Você já comeu?

O cu é fabuloso.

O cu é cheiroso.

O cu é tudo e muito mais.

O cu oferece tantas possibilidades…

Existem aqueles que gostam de dar, existem aqueles que preferem comer. O cu de um versátil encontrou a felicidade.

O cu é puro glamour.

O cu é pura estética.

Podemos até aplicar botox nas pregas do cu, que tal?

O cu é uma obra de arte.

Admiradores do cu sabem o que é bom.

Existe gente que enfia o dedo no cu e depois cheira.

Existe cara que antes de meter a pica, mete a língua.

O cu pulsa. O cu abre e fecha.

O cu também faz parte da anatomia humana.

O cu sabe falar e dá recados.

Dizem que o ovo sai do cu da galinha. O ovo, que tem proteína. Uma proteína chamada albumina. Os pintinhos saíram de dentro do ovo, que saíram de dentro do cu da galinha. A vida surgiu de dentro de um cu. O pinto fica mais vivo dentro do cu.

Num futuro bem próximo, homens gays também poderão dar a luz pelo cu. Mas enquanto a ciência descobre um meio para que bebês nasçam de dentro do cu, o cu não se preocupa, o cu não se estressa.

O cu está relaxado.

O cu está dilatado.

O cu é um futuro melhor.

O cu é vida.

Existe gente que arrota pelo cu; existe gente que faz cu-doce.

Às vezes, o cu faz bico.

Existe gente que dorme de cu aberto.

Existe gente que prefere tomar no cu do que tomar num copo.

Por isso, gosto, preferência, é que nem cu: cada um tem o seu, cada um cuide do seu e se responsabilize pelo seu. Pois como dizem por aí: cu de bêbado não tem dono.

Pau no cu é menos popular do que pau na buceta. Por isso, o cu é um ousado, um atrevido, um safadinho.

O cu é a política perfeita para subverter o sistema.

A solução para todos os problemas da humanidade está dentro do cu. Porque o mundo é um cu.

O cu está em todo lugar.

O cu não sai da cabeça.

O cu não sai dos pensamentos.

O cu gosta quando a cabeça entra.

Por isso, é fácil se apaixonar pelo cu.

É fácil acreditar no cu, se deixar seduzir pelo cu.

E que um dia os gritos em protesto de “O MEU CU É LAICO! O MEU CU É LAICO! O MEU CU É LAICO! O MEU CU…” não sejam confundidos por “O MEU CU É LARGO! O MEU CU É LARGO!”.

Certa vez, Fidel Castro disse que um homossexual não pode ser um revolucionário. Fidelzito não conhecia Guy Hocquengheim.

Pois como bem disse o famoso poeta e ativista francês, “o buraco do meu cu é revolucionário”!

O cu apertadinho e quentinho; o cu daquele comunistazinho sarado. O cu é tipo um revolucionário gostoso.


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Sonhos abortados

O tempo passa, e no levar do tempo que tudo leva junto com ele, incluindo beleza e juventude, sonhos vão sendo abandonados, esquecidos, apagados.

Sonhos vão sendo abortados, mortos, sepultados.

Sonhos vão sendo degolados e afogados no próprio sangue, que jorra e forma caldo, um rio, no qual cedo ou tarde todos irão mergulhar, de branco, e alguns irão emergir, vestidos de preto, dourado ou vermelho.

Porém, como consequência de sua própria natureza imaterial, os sonhos abortados ou assassinados podem ser ressuscitados a qualquer momento, ainda que através de outros seres humanos e corpos, que herdam sonhos e espíritos de antepassados, transmitidos por tradição, de geração a geração, atravessando os séculos.

E no levar do tempo, que com a força do vento tudo leva, espalha e semeia, plantou-se na cabeça do povo uma ideia popular, maliciosa e equivocada. Plantou-se uma erva, que entorpece e causa confusão.

Uma ideia saída pela mandíbula da serpente original, que tocando sua fria e venenosa língua bifurcada ao pé do ouvido, profere mentiras e encantos, para enfeitiçar o mundo.

Diz a serpente que aos vinte e tantos anos, o jovem busca um pouco da recente juventude perdida pelo caminho, que escapuliu das mãos e se quebrou em mil pedaços. A juventude dos que já encontram alguns poucos cabelos brancos, ou dos que ficaram carecas tão cedo.

Diz a serpente que aos trinta e tantos anos, o recém-adulto entra num processo dualístico e se perde entre dois mundos, oscilando entre pensamentos de fracasso e sucesso, vergonha e orgulho, fantasia e realidade, nostalgia e esperança.

Diz a serpente que dos quarenta e tantos anos até o limite do que a imaginação permitir, viajando pelas fases número cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa e cem, o trem percorre o trilho até a inevitável parada final.

A única certeza na vida é a parada final.

Cedo ou tarde, o que tiver de ser será.

Cedo ou tarde, a banana apodrece.

Cedo ou tarde, virá o segundo sol, que irá engolir a lua, o dia, e a vida. E só existirá trevas.

E só existirá o escuro da terra caindo em cima do caixão.

Só existirá as cinzas do pó.

Existirá o arrepio do vento gelado apagando as chamas das últimas velas. Vida mais extensa, somente a biografia de personagens bíblicos.

Vida que vence a morte, somente a dos mártires, que são eternos, pois a religião é a única que entende das coisas além-túmulo.

Mas enquanto existir vida, deve existir força.

Pois a vida humana na Terra, segundo os profetas, é uma guerra. E na guerra, vencem os que têm mais força.

Força na fé, força no bem, força nos sonhos. Força em Deus, que é generosidade e justiça.

Força para não tão facilmente prejudicar a própria felicidade e a dos outros.

Força para pisar na cabeça da serpente, que continua a envenenar o povo com suas mentiras, vomitando sonhos abortados.


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Suicídio sem fim

Durante muito tempo acreditei no tempo; tanto acreditei no tempo que me perdi no tempo.

Amanhã o mundo me espera. Novas ambições, ameaças, personagens, viagens, descobertas me esperam no mundo amanhã.

Amanhã vou ver.

Amanhã vou viver.

Começo a viver amanhã.

O conteúdo teórico é facilmente arquivado em folhas de papel – aquilo que quero fazer amanhã, daqui há dois, quinze, trinta. Sortudos aqueles corajosos que queimam tudo e passam a agir.

Um plano, sem ação, é sonho. Um doce e maldito sonho. Maldito, pois nunca se torna realidade.

Amanhã a vida me espera.

A esperança do amanhã me ressuscitará.

Hoje estou morto.

Hoje estou fraco.

Hoje estou triste.

Hoje estou magoado.

Hoje estou assustado.

Hoje estou chorando.

Por enquanto, não consigo queimar as folhas teóricas.

Por enquanto, o suicídio não tem fim. Até quando, ainda não sei. Mas amanhã tudo será diferente. Eu acho.

O mundo me espera amanhã.


Suicídio sem fim was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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A ideia de criar um blog

Tão antiga e misteriosa quanto a Suméria.

Tão antiga e misteriosa quanto as tradições da religião.

A ideia de criar um blog surge na cabeça de adolescentes entediados.

A ideia de criar um blog surge na cabeça de seres humanos desocupados, e com acesso à internet. Quem se mete, nem sabe o que está fazendo.

A ideia de criar um blog é igual virgindade: dá e passa.

Mais volátil que a acetona.

Mais esquecível que o grande hit do verão passado.

Cabeça vazia, oficina do diabo.

Cabeça vazia, cabeça que coça, criadouro de piolhos.

Cabeça vazia, e surge um novo blogueiro.

Ideia fútil. Ideia inútil. Ideia com altos e baixos. Ideia que se perde entre as nuvens de fumaça dos cachimbos de crack e dos cigarros de maconha.

Ideia que precisa de antidepressivos e medicamentos tarja preta.

Ideia urbana. Ideia metropolitana. Ideia do cidadão civilizado.

Ideia cheia de banners, publicidades e propaganda explítica ou subliminar. Ideia coisa de louco. Coisa de inocente. Coisa de freelancer. Coisa de desempregado. Ideia coisa de jornalistas puxa-sacos e militantes políticos.

Ideia coisa de garotas bonitas que entendem ou fingem entender de moda. Ideia de homossexuais fofoqueiros adoradores de divas pop.

Ideia fabricada no Vale do Silício e na Zona Franca de Manaus.

Ideia impulsionada pela força terrena dos cabos de fibra óptica e pelas ondas invisíveis dos satélites angelicais.

Ideia conectada e compartilhada, como numa grande roda que vira quadrado e depois triângulo; como numa grande irmandade mística de pessoas que nunca se olharam, nunca se falaram, nunca se abraçaram, nunca se beijaram, nunca treparam, mas compartilham um mesmo coração pulsante.

Ideia que padece de monetização paga em dólares, euros, ou em barras de ouro, que valem mais que dinheiro.

Ideia dos grandes impérios da realidade virtual que influenciam a vida real. A ideia de criar um blog é uma voz que fala ao pé do ouvido. Seria uma alma penada? Seria a ideia de criar um blog o ovo da serpente?

Seria a ideia de criar um blog o chip alienígena implantado na cabeça? A ideia de criar um blog surge com pouca ambição. Com pouca determinação. Desorientada, triste. Quase morta.

A ideia de criar um blog é um bebê no bucho da mãe prestes a ser abortado.

Mais fácil que tomar um copo de suco, ou que puxar a corda do vaso sanitário, todo cagado, criar um blog é rápido e divertido.

Criar um blog é aquele sexo maravilhoso que só existe no mundo da imaginação de quem acredita nas próprias mentiras.

A ideia de criar um blog é preto e branco, azul e rosa, masculina e feminino ao mesmo tempo. Um bicho andrógino, difícil de entender, e que simplesmente surge, despertando todos os sentidos, agitando os espíritos. Uma coisa chamada amor.

A ideia de criar um blog, seja em WWW, 666 ou XXX, é ainda uma ideia banalizada, plagiada e corrompida.

A ideia de criar um blog é coisa de mochileiros aventureiros e viajantes aeroespaciais, com estórias para registrar.

A ideia de criar um blog é possível, pois a filosofia já provou que o impossível não existe.

Então, tudo pode acontecer. Inclusive o nada.

A ideia de criar um blog nos apresenta um futuro promissor: fama, ouro e glória. Ficar multimilionário através de uma tela sensível de smartphone. Milhares de seguidores, milhares de comentários, milhares de compartilhamentos.

Fãs fanáticos precisam de um novo ídolo para acender velas e prestar reverências. Um novo ídolo blogueiro influenciador digital para chamar de seu.

E o poder aumentando mais e mais.

Mas será que a ideia de criar um blog chegou atrasada?

Será que já é tarde demais para subir todos os degraus e atingir o topo da grande pirâmide dourada?

Aguardemos os próximos capítulos da história, que insiste em se repetir. Aguardemos as próximas postagens. As próximas estórias.

É o que a voz está dizendo.


A ideia de criar um blog was written by Fládson B. M. Freitas, and published in FLADSON.COM .

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